sábado, 9 de junho de 2007

Comunidade Virtual - Por : Eliezer e Alana

Existem várias definições de comunidade virtual ( CV)alguns autores definem como um grupo de pessoas com interesses comuns que se comunicam estruturadamente através de meios eletrônicos, principalmente a Internet. Outros conceituam como uma comunidade que estabelece relações num espaço virtual através de meios de comunicação a distancia. Mais recentemente existe uma ampliação destas definições para a compreensão de que comunidade é mais do que um grupo de pessoas que utilizam a rede para se comunicar em torno de interesses comuns, mas sim uma agregação social que emergem da rede quando existe um número suficiente de pessoas, em discussões suficientemente longas, com suficientes emoções humanas, para formar teias de relações pessoais em ambientes virtuais, alterando de algum modo o Eu dos que nela participam.
Os anos 80 registraram uma discreta efervescência das comunidades virtuais nos Estados Unidos graças a difusão da Internet em centros acadêmicos e de pesquisa. A tecnologia da informação (TI), em termos gerais, e a Internet, em particular as tensões dos sistemas educacionais, a flexibilidade organizacional de novos modelos de gestão do conhecimento, o manuseio da informação que excedia o habitual contexto no qual se desenvolviam indivíduos e grupos, tudo isto costurado pelo sutil fio da interação conformava o que poderíamos denominar a fábrica de um novo “poder” Desta forma a TI permitiu que o paradigma “informação é poder” fosse rompido surgindo duas características novas : qualquer um podia publicar na rede e o que se publicava estava submetido de imediato ao jogo dinâmico da interação.
Um dos fatores que potencializam a utilização da TI são as dificuldades relacionadas a dispersão geográfica dos seus membros, tempo e espaço, favorecendo o compartilhamento de informações e a criação de um saber coletivo.
As CV só existem e funcionam à medida que são frutos de atividades dos cidadãos, entendidos estes como indivíduos, grupos formais ou informais, empresas, organizações etc. Assim foram criados espaços artificiais (virtuais ) novos, dotados de uma série de características, nem sempre compreensíveis sob os parâmetros do mundo real.
1. A informação é do usuário: isto é a Rede, em tese, esta vazia e são os usuários que decidem qual a informação vão armazenar, mostrar e intercambiar. Desta forma cada usuário decido por onde começar, para que e com quem.
2. O acesso a rede é universal, simultâneo e independente do tempo
3. A Rede cresce de maneira descentralizada e deshierarquizada, criando um ambiente participativo e de interação.
Entretanto apesar das possibilidades da utilização das CV é importante não deixar de ter uma reflexão crítica sobre a CV analisando de que maneira a virtualização afeta as características dos processos comunicacionais.
Existe alguns estudos na tentativa de elaborar uma teoria da comunicação virtual Para Lévy,um dos estudiosas desta teoria, a CV é um elemento do processo que abrange toda a vida social:
“um movimento geral de virtualização afeta hoje não apenas a informação e a comunicação mas também os corpos, o funcionamento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da inteligência. A virtualização atinge mesmo as modalidades do estar junto, a constituição do nós: comunidades virtuais, empresas virtuais, democracia virtual...Embora a digitalização das mensagens e extensão do ciberespaço desempenhem um papel capital na mutação em curso, trata-se de uma onda de fundo que ultrapassa amplamente a informatização”.( Pierry Lévy, 1996).
Alguns autores consideram a sociedade virtual como um universo em expansão, sem limites definidos, responsável pela plena utilização da criatividade humana, favorecendo o estabelecimento de uma cultura favorável ao compartilhamento de experiências, conhecimentos e melhores práticas nas organizações, enquanto outros autores afirmam que virtualização gera um esvaziamento da realidade, levando ao ser humano não mais ser capaz de distinguir o real do imaginário. A existência dos espaços como hipermercados, organizados para que nos relacionemos com os objetos a partir de imagens a eles associadas, gera a fragmentação das cidades modernas e o esvaziamento das atividades sociais.

Eliezer Filho
Alana Guedes

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