segunda-feira, 7 de maio de 2007

As gigantescas reservas de petróleo do Orinoco voltaram neste 1º de Maio ao controle nacional da Venezuela, em ato liderado pelo presidente Hugo Chávez, que formalizou os acordos entre o país e seis petroleiras estrangeiras em que as atuais companhias sob domínio delas na região são transformadas em empresas mistas, com controle operacional e maioria acionária de 60% da estatal PDVSA. As petroleiras estrangeiras permanecem no Orinoco como sócias minoritárias.
“A Faixa do Orinoco é integralmente venezuelana. A Venezuela é livre, o petróleo é nosso, graças à revolução bolivariana”, afirmou Chávez. Atualmente 600 mil barris diários são extraídos da Faixa, uma área de pouco mais de 55 mil quilômetros quadrados. Milhares de trabalhadores, envergando os novos uniformes da PDVSA, comemoraram junto com o presidente Chávez, nas recém-transferidas instalações do complexo de José, a 250 km a leste de Caracas. As norte-americanas Chevron e ExxonMobil, a inglesa British Petroleum, a francesa Total e a norueguesa Statoil assinaram o acordo na semana passada. Das maiores petroleiras estrangeiras do Orinoco, apenas a norte-americana Conoco ainda está negociando sua passagem à condição de sócia minoritária, com prazo até dia 16 de junho para um acordo.
ETAPA FINAL
Desde janeiro o governo Chávez vinha ultimando a etapa final da adequação da estrutura petroleira do país à constituição de 1999 e à Lei dos Hidrocarbonetos, que definiram a nacionalização do petróleo. O ato no Orinoco foi acompanhado no país inteiro pela televisão, e comemorado intensamente na marcha de trabalhadores que percorreu as ruas de Caracas pelo Dia Internacional do Trabalho.
O controle operacional do complexo do Orinoco foi assumido pelos venezuelanos na madrugada de 30 de abril para 1º de maio. Nas empresas recuperadas pelo povo venezuelano, a situação anterior era a seguinte: na “Cerro Azul”, a Exxon-Mobil tinha 41,6%; a British Petroleum 16,7% e a PDVSA 41,6%. Na Sincor, o controle era do grupo francês Total (47%), com a norueguesa Statoil possuindo mais 15% e a PDVSA 38%. A Chevron-Texaco tinha 30% na Ameriven e 50,1% da Petrozuata. Nessas duas, a PDVSA tinha respectivamente 30% e 49,9%. Ainda na Ameriven falta resolver os 40% da Conoco Philips, dos EUA. No dia 26 de agosto, o congresso venezuelano votará os acordos. A Petrobrás já havia assinado no ano passado os acordos para implementação da nova lei venezuelana do petróleo. Foi a primeira empresa estrangeira a fazê-lo e, entre os acordos com a PDVSA, acertou-se a compensação da Petrobrás com áreas de exploração no Orenoco (com 40%), exploração em águas profundas, e, no Brasil, a construção de uma refinaria em parceria, agora 60% para o Brasil e 40% Venezuela.

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